Um dia quero ser poeta para poder
traduzir as palavras de uma ventania. O que diz ao bater incansavelmente na
janela de meu quarto, no meio de tal escuridão sem fim, até adormecer.
Seu som suave ao fazer folhas e folhas de coqueiros se debaterem, no
final de uma tarde qualquer, como se fossem finais de versos daquela sua poesia
preferida, ainda não compreendida.
Talvez o rancor de uma ventania seja o movimento provocado por tal na
imensidão azul formando várias e fortes espumas brancas raivosas, sendo em cima
ou em baixo, não importa.
Ela se vai. Ela se deixa ir, permitindo sua própria liberdade.
Retornando apenas quando necessário. E entre suas indas e vindas o que nos
resta é apenas sermos aprendiz de uma santa sabedoria.
No entanto, fico por aqui sendo um aprendiz, mas prometo que quando
poeta for não me esquecerei de traduzir para vocês a sabedoria de uma velha e
santa ventania, pois poeta, eu serei.
Nenhum comentário:
Postar um comentário