segunda-feira, 28 de maio de 2012

O que seria de mim sem ela

Nada, eu sei.
Absolutamente nada seria
E nada serei

Sem ela meu bem
A vida fica vazia
Vaga
Inútil, eu diria

Com ela nada se compara
Entra na alma
Invade o corpo
Faz dançar a mente
E depois ri
Porque afinal
Nunca existirá o seu final

(e nem poderia, pois sem ela, eu nada seria!)

É a tradução da vida
A vida em si
Equilíbrio
Ponto de paz

Perco-me
Mas não a perco!




quinta-feira, 17 de maio de 2012

Vem, vamos embora!


 Quanta monotonia! Não há erro maior!
 Esse sistema faz regredir o ser humano e seu pensamento. Todos deveram entender:       Podemos acreditar no ser humano. Somos mais do que um sistema decorativo, decorativo, de-co-ra-ti-vo.
  Separei certo as sílabas?
 É só parar um instante para pensar: é possível em uma prova avaliar o conhecimento de uma pessoa?
 Atenção: Conhecimento! (eu disse)
 Ele é o foco. É algo que todos podem ter e o único que ninguém lhe rouba.

O governo pede ajuda do povo, mas não acredita em sua capacidade de crescer e evoluir. Temem. A evolução é temida, porque quando acontecer, seremos o poder.

(o professor disse: “Abram a apostila, página 580” e todos logo começaram a obedecer como de costume)

 Escola! Uma criação correta dos seres, com métodos errados. Aqui estou, escrevendo sem parar, enquanto o professor dita a resposta do exercício para copiar no caderno. É aula de literatura, devia ser diferente, não? Como em todas as aulas.

Começamos decoreba
Éramos decoreba
Somos decoreba
Seremos decoreba até quando?

A maneira de enxergarmos o mundo, sem certo, sem errado, apenas a sua visão. Basta nascer o primeiro pensamento, o primeiro questionamento. Sobre tudo, sobre o mundo. E assim, uni-los a outros, e outros, e outros...

(Interrompendo: página 584!)

Quero voltar aqui e ver como esta o mundo para os netos dos filhos dos meus filhos. Espero sorrir e poder dizer tranquilamente: Eu acreditei.

Não podemos estagnar.




Quem se importa?


Talvez não tenha asas e nem um arco em cima da cabeça
Talvez não seja bonito fisicamente
Eu não me importo

Com verdade vos digo: Eu não me importo!

Penso que ele se transforme e como anjo da guarda, me guarde em si
Um dia vou querer encontrá-lo
E agradecê-lo

Ora, vamos! Como haver só um corpo?
Só matéria? Nada mais?
Então,
Quem te escreve aqui e agora?

Eu me importo.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Eu fui lá


Eu fui lá
Eu estava lá
E quando eu estava lá, eu pensei: “Quando chegar em casa vou escrever sobre aqui”
Quanto contraste
Quanta felicidade e tristeza ao mesmo tempo
É tudo muito carregado
Cada passo
Cada abraço.
Não me faz bem. Mas faz bem ir lá, às vezes.
Percebe-se o valor da vida

Mesmo que tudo seja branco
Eu vejo diferente
Sou bem inconstante, mas estava constantemente triste
É certo lugar em que existe começo e finais de uma vida
Porque somos bebê, criança e precisamos de cuidado
Adolescentes querendo independência e depois
Adultos,
E voltamos ao começo
De cabelos brancos e pele tão sensível quanto o meu coração ficou, precisam de cuidado, carinho, atenção.

Por um momento tudo parou:
Quando meus olhos fitaram minha avó com seu rostinho colado ao de meu avô, que já sem forças, deitado na cama, retribuiu esse carinho.
Para finalizar, um beijinho na testa e “Durma bem, Bem.”
Detalhe: após 50 anos de casados.

Eu senti amor.
Eu senti amor na pele, no coração, percorrendo as minhas veias e até no cérebro.
Um grande arrepio e logo percebi que precisava estar ali.
Foi como um tapa na cara.
Cuide-se!

Der repente:
Vi o por do sol da janela do quarto e percebi que naquele lugar, apesar de tudo, o que prevalecia era a e-s-p-e-r-a-n-ç-a.


                                          ESPERANÇA.


Ventania


Um dia quero ser poeta para poder traduzir as palavras de uma ventania. O que diz ao bater incansavelmente na janela de meu quarto, no meio de tal escuridão sem fim, até adormecer.
  Seu som suave ao fazer folhas e folhas de coqueiros se debaterem, no final de uma tarde qualquer, como se fossem finais de versos daquela sua poesia preferida, ainda não compreendida.
  Talvez o rancor de uma ventania seja o movimento provocado por tal na imensidão azul formando várias e fortes espumas brancas raivosas, sendo em cima ou em baixo, não importa.
  Ela se vai. Ela se deixa ir, permitindo sua própria liberdade. Retornando apenas quando necessário. E entre suas indas e vindas o que nos resta é apenas sermos aprendiz de uma santa sabedoria.
  No entanto, fico por aqui sendo um aprendiz, mas prometo que quando poeta for não me esquecerei de traduzir para vocês a sabedoria de uma velha e santa ventania, pois poeta, eu serei.


Quem Somos?


  Eu não tenho reação. Eu não sorrio por vontade própria. Eu tenho que dançar conforme a música e não posso errar sequer um passo, atiram-me pedra. Na cabeça! No corpo, a carne que será apenas uma decomposição do que um dia existiu, e o saber, fica para trás, a gente finge que não sabe, porque fingir a gente sabe bem.
  Não é possível pensar, o mundo exige muito e o mecanismo monótono já estabeleceu regras sobre o seu modo de viver ou apenas sobreviver. Esta tudo muito cômodo para que possamos nos movimentar, raciocinar e crescer.
  Existem regras robóticas nos prendendo em um círculo, criando um mecanismo, nos moldando com ferro e a gente se deixa levar, ficando tontos de tanto rodar em mentes hipócritas.
 Às vezes, fingimos.
 Fingimos nos moldurar diante de todos, pois não somos capazes de nos expressar e libertar. Se nos libertamos somos julgados. Em um mundo onde pagamos para nascer e morrer, não se pode viver.
  Pense, questione, grite! E se for preciso morra suplicando por aquilo que nunca existiu: vida.