É muito profundo adentrar nessa
seara chamada solidão. Segundo Arthur Schopenhauer “O que torna as pessoas
sociáveis é a incapacidade de suportar a solidão e, nela, a si mesmos”. Afinal,
se fôssemos feitos para viver solitários não haveria mundo, e sim casulos
(embora alguns vivenciem esta experiência). Contudo, se a solidão fosse
desnecessária não existiriam momentos reflexivos, críticos e até acolhedores.
Está designado, impresso e rotulado que o ser humano não é máquina para
viver sozinho, existindo assim uma condição de convivência chamada sociedade,
esta que a título de curiosidade faz uma análise superficial e malfeita do que
é solidão. Humanos que somos, ou melhor, por ser vivo que somos a verdade é
clara de que precisa-se do próximo. E se pensar bem, a solidão, além da pessoal
(interna), não existe, pois se existe oxigênio no planeta para cada indivíduo
consumir, existe seres que o produzem para eles.
Ambígua que só, a solidão estranhamente também pode ser positiva a certo
ponto, porque correr para os braços de ninguém em uma hora ruim, pode se tornar
algo benéfico para si próprio. Não importa onde esteja se rodeado por uma ou um
milhão de pessoas à volta, a visão e o senso crítico parecem estar muito mais
aguçados que o normal, assim a percepção dos fatos da vida se tornam
milimetricamente notáveis.
Não existindo noção de espaço ou tempo para a solidão, ela se manifesta
quando houver uma abertura, se encaixando no incompleto da vida, esta que é o
conjunto de uma ópera magnífica sendo solidão, talvez, apenas um instrumento ou
um fantasma para a compreensão de uma partitura.
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