terça-feira, 2 de abril de 2013

Meu alimento


Sei que ainda comi pouco, bebi pouco e como dizem os mais velhos, a vida só está começando...
Mas do pouco que vivi, comendo o que comi, bebendo o que bebi, sei falar, que aprendi
Agora, exatamente agora
De um short xadrez levantei, corri tentando fugir, escapar. Não escapei.
Agora, exatamente agora
Entreguei-me
(não)
O não entender do acontecido faz-se repetir em minha mente
E queima
Mas por que
Agora, exatamente agora
(e dias atrás)
A chama (mesmo que sempre estivera ali queimando) parece ascender e borbulhar
Intensamente?
(entre outras mil perguntas incrédulas presas correndo de um lado para o outro dentro de minha garganta)
Muda.
Calada.

Agora, exatamente agora
Como o que já comi
Com a memória
Vivo o que já vivi
 (e também o que não vivi)
Sinto saudade do que não vi

Esse caminho não vai continuar
Não sei quando, vou parar
(talvez já esteja metade e metade)
Mas são tantas indagações e rastros e passos e pássaros que não trazem a mensagem que eu espero ouvir

Parabéns!
Foi digno de ousadia
(aquela que eu nunca tive)
Ou ousadia ou o próprio não gostar...
Prefiro ficar com a ousadia
Mas diga-me bem:

Como você voou se nem bateu as asas?

E assim vão horas... voltam horas... vão horas

Percebi coisas imperceptíveis tempos atrás
Só porque estava aqui, do meu lado
(quase sempre existe algo para se arrepender)

Mas por que se retirar?
Só precisava de um convite, para ficar mais claro do que já está
Talvez (não o bom) mas o certo
Agora, exatamente agora
Seja ficar longe

Não entenda mal, não é culpa de ninguém
Ela não existe aqui, para nós

Agora eu vejo
O que não via
E sinto
O que não sentia

Destino, tempo o que são?
Imensuráveis e inexplicáveis

Do meu alimento
Vou pegar o que preciso
E caminhar
(mesmo querendo ficar)

Se não fosse aquelas palavras...
(e se? Não existe)
E se o se não existe
Não vou interrompê-lo


(como você voou se nem bateu as asas?)

Deixa para trás
Vou tentar não me assustar mais
(voar com minhas próprias pernas)

Enquanto a música ainda toca alto no quarto.



Nenhum comentário:

Postar um comentário